04 dezembro 2010

Momentos...

Reconheço.
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Pela primeira vez desde que iniciei as postagens aqui, passo mais de 4 meses sem postar , aparentemente sem motivos. Se antes eu podia culpar a tristeza, uma série de desilusões, o tempo, agora o que me manteve afastado foi o ócio. Pela primeira vez não-produtivo...
Já há algumas semanas, mediante questionamento de amigos, também eu me perguntava o porquê da ausência... Ponderei. E concluí: falta de Lirismo.

A vida nos faz céticos. Nos tira idealizações, nos impõe uma maneira chata de encarar as coisas.
Mesmo resistindo, isto se enraiza sutilmente, preenchendo poros como que sopra uma bruma branca e toma os espaços entre árvores de um bosque.

Hoje, entretanto, vejo um video cedinho, pleno de lirismo. Uma carregada no meu tanque, poderia dizer... pude perceber logo nos primeiros segundos. Obra de arte indicada pelo caríssimo José Serra, pelo Twitter.
(sim, oficialmente agora devo muito ao Serra!)

Sem mais, para você meu caro leitor:



Porque é de Momentos que é feita a vida...
Pense, analise, Reflita Também...

19 julho 2010

Sobriedade da Madrugada

Uma hora e seis minutos da madrugada de uma segunda-feira qualquer...
A inquietude de horas atrás cede lugar a uma plenitude estranha. Sinto como se tudo faltasse e ao mesmo tempo nada importasse. Não me sinto mal... indiferença é a palavra que me ocorre quando o sono não chega, eu desenho olhares desconexos numa pequena folha rasgada e ouço a rádio pelo computador, tocando uma seleção impecável da década de 80.
Preciso escrever... venho, e quase desisto por ver que o post não vale a pena.
Longe de fazer daqui um diário... nem desejo que se torne um twitter pra quem tem mais a dizer...

Caríssimos, o desejo pela produtividade é uma constante... Construir é uma sina do ser humano. Uma vida sem realizações é um fardo, não uma dádiva...
Sente, projete, realize.
Mesmo que seja (decorrido o devido tempo) a 1h12 de uma simples segunda-feira...

05 julho 2010

Notícias lidas por aí...

"RIO - 'A paixão, como descrita pela ciência, é um estado fisiológico, com sintomas psíquicos e físicos, em que há uma intensa atividade cerebral e hormonal muito semelhante à do vício por uma droga, como a cocaína. O julgamento crítico, o discernimento, e a racionalidade em relação ao parceiro estão muito reduzidos, especialmente nos primeiros meses.' É assim que a médica Cibele Fabichak, autora de "Sexo, amor, endorfinas e bobagens" (Ed. Novo Século), define o estado de enlevo que se apossa dos amantes de forma avassaladora, mas tem prazo para acabar: no máximo quatro anos."

A ciência, dona de certezas ambíguas e baseada em evidências incertas, quem diria, também pode ser provida de lirismo. Na tentativa de explicar a paixão faz a comparação mais perfeita e precisa do que se sente ao experimentá-la. Não o caráter da droga, dada a falta de conhecimento de causa que tenho, mas no que tange ao vício.
Há uma compulsão, uma necessidade iminente, um clamor pela vivência em imediato... Falta-lhe algo, e isso traz uma angústia inenarrável. O vazio que lhe toma é como o de um buraco negro, que suga tudo para dentro de si, consumindo todo e qualquer material que o rodeie, na tentativa de se sentir repleto novamente...
Racionalidade passa longe: é possível sentir-se assim mesmo por pessoas recém-conhecidas; o discernimento é mantido alheio dado que, mesmo que o julgamento crítico não falhe, e o indivíduo consiga perceber que algo "errado" acontece, a consequências em questão são totalmente exclusas a vontades ou desejos de mudança. O que digo é que, conscientemente, não se pode fazer nada para mudar, pois o corpo funciona por si só e indiferente ao que pensa seu dono.
Algo, entretanto, se mostra esperançoso (ainda que devesse ser alarmante): há tempo pra acabar...
Então, caríssimo leitor, não se alarme... Uma hora passa...

(e se a previsão é de meses, lhe asseguro: pode acontecer em horas ou dias...)
Pense nisso, reflita também...

23 junho 2010

Cartas de Próprio Punho

....Caríssimos, alvíssaras!

....A boa nova se anuncia! Tomem para si a verdade, pois só dela vêm as coisas, e só para ela irão igualmente... Encham o peito do puro ar da manhã, em meio à neblina da cidade praiana, que se reveste de Serra nos brindar o novo dia.
Se dantes se viam por entre prédios, hoje as nuvens baixas emolduram as telas matutinas. ....Donde se avistavam pétreos blocos de concreto, na magnífica intenção de conferir o adequado peso à metrópole, nada mais se avista se não o fosco verde das esparsas mas significativas árvores próximas.
....O ar frio surpreende os primeiros raios desavisados de sol. Em meio à névoa, poucos são os que se aventuram, ou deixam seus leitos no 7º dia da semana. A claridade que se expande aos poucos precisa vencer a sublime, literal, barreira etérea que se põe sobre a cidade.
....Sinto o vazio em mim também ser tomado pelo denso ar que se embrenha pelas frestas da janela. Como quem deixa um rastro, vejo o caminho tomado pelo alvo filete sem peso, alcançando minhas narinas, se insinuando mais e mais, até que eu sinta seu frescor a tocar-me os pulmões ainda pesados do sono.
....Tremo ao recarregar a pena com a tinta escarlate. Pela primeira vez consigo evitar que uma gota maior me escape e manche como de costume o papel. Talvez a névoa seja a razão da segurança, que impediu, até o momento, um erro maior, seja da escrita, seja acidental, mas que ocorrem de praxe e, feitos em magenta, escapam por pouco tom de se mostrarem como pequenas gotas de sangue contra a clareza da folha.
.... Meu desejo é que o ar pulsasse... queria sentir no peito novamente uma batida junto ao frescor que experimento... só a leveza e a temperatura me sobram, entretanto, pois asseguro: ainda sinto cá o vazio.
....Comprovo, assim, a boa nova relativa. Não há peito que se mantenha oco e de proteção completa para sempre: há eternamente a chance da guarda ser abaixada e, deste modo, o ser dar-se ao luxo de se machucar novamente.

............................................Vinícius Ladeira Fonseca




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Carta escrita em 19/06/2010
O título é sério e se tornará uma série aqui também, caro leitor. Volto a escrever à mão quando possível, uma vez que o ato ritualístico de carregar a pena com tinta e derramá-la pouco a pouco sobre o papel tem um simbolismo absolutamente perdido ao dedilhar um teclado.

28 março 2010

Ironias da Vida

Anos após certa desavença e já a tendo superado, os dois envolvidos no caso conversam em certa celebração numa roda de amigos, No que um deles lança:
-Eu sou muito grato a esse cara! Sem saber, certa vez, ele me salvou... Eu me afogava em problemas e ele me jogou uma boia...

O outro, rápido de pensamento, concebe as palavras mas não as profere, em respeito à paz do momento:
-Pois é, olha como são as coisas... Quem diria que eu jogaria a boia de salvamento pra alguém que, 4 anos antes, fez questão de pisar a minha cabeça enquanto eu afundava em areia movediça...?

Pense nisso leitor... Reflita também...

Musicalis 9

Viva la Vida - Coldplay

I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy's eyes
Listened as the crowd would sing
Now the old king is dead long live the king
One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
Missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
Once you'd gone there was never
Never an honest word
And that was when I ruled the world

It was a wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in
Shattered windows and the sound of drums
People couldn't believe what I'd become
Revolutionaries wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know St Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world


---- É incrível o sentimento que se abate sobre um humano com o orgulho ferido.
Digo isso com conhecimento de causa e a letra em questão do post fala muito em favor disso. Desfrutar de uma posição cômoda, gratificante e de destaque é, em geral, o auge para um Homem. Não me refiro, entretanto, a poder econômico ou militar. Um Homem pode se dizer realizado quando sabe que o invejam.

Acalmem-se leitores, chegarei onde quero e provarei que não se trata de soberba (tema de um dos próximos posts) minha ou superioridade barata.

Indo de encontro ao antigo ditado "Quem é Rei, nunca perde a Magestade", pode-se observar que a perda de um status alcançado previamente pode ser fatal para muitos. Mexe com o primitivo, o basal de cada um. Explico: o ego é nutrido pelo sentimento de que se é importante, destacável, singular. Nesta posição, independente do seu poder real, a auto-estima lhe confere um prazer inenarrável...
Os mares se abrem frente uma palavra sua... Exércitos marcham em sua honra... Você enxerga o medo nos olhos de seus inimigos... Mas isso era quando você dominava o mundo...
É aí que a mesa vira. A influência é perdida, e com ela muitos dos ditos amigos, conselheiros e pares. Seus inimigos não mais o olham, e caso o fizessem, em seus olhares, o medo teria dado lugar à pena ou à indiferença. Seus exércitos empunham nova bandeira, seu castelo se desfaz, ancorado em pilares de sal e areia...
Caríssimo leitor, atentem para o fato de que não retrato aqui o Poder, mas a chama que nos leva afrente... sem auto-estima, varremos as ruas de um mundo que já nos pertenceu...
Pense nisso, reflita também...

05 março 2010

Entreouvido por aí...

Fila de uma loja de departamentos.
Filho de no máximo 12 anos chega com um pacote colorido nas mãos:
-Pai, aqui, as bolinhas de tinta que faltavam pra minha arma!
No que o pai retruca instantaneamente:
-Qual das suas armas???
Em volta, sobrancelhas se levantam em surpresa e descrença.
Cortinas! Pano rápido!

No mínimo triste um mundo em que crianças se divertem com uma réplica de arma de fogo... E ainda pior um em que a brincadeira não envolve apenas uma, mas várias...

Pense nisso, reflita também...

Cinématographe 3

Há anos o cinema busca se reinventar, e parte importante deste processo é deixar os clichês de lado. Assim é 500 Dias com Ela (no original: 500 days of Summer) e seu bom trocadilho que a tradução não pôde manter. Logo no início o espectador é avisado:
"Esta não é uma história de amor" e realmente não é. O que vemos é uma desconstrução das ditas comédias românticas. Cenas altamente poéticas e uma trilha sonora perfeita dão conta de criar um sentimento de catarse poucas vezes antes experimentados por quem tem o hábito de ir ao cinema...




A inversão base da trama mostra-se bem atual: em uma época em que os homens se permitem os males do amor, as mulheres encarnam a independência e endurecem seus corações. Talvez por isso o jovem Tom se encante pela bela Summer, que não quer um relacionamento formal.
Caro leitor, é mesmo possível conviver com a dor de saber que se ama mais do q se é amado? Pense nisso...

Assista... e reflita também...


p.s.: também esse assunto será mais abordado a seguir... aguarde...

03 março 2010

Despertar da Primavera

Faltando 18 dias para o início do Outono, a trégua na chuva hoje pela manhã, embebida em tímidos porém quentes raios de sol, me trouxe, na verdade, uma visão da Primavera. Não por palmeiras que florecem no Aterro, nem pelas cores que surgem em pétalas na Praia Vermelha.
A Primavera se faz presente hoje por novas bodas; uma flor no cabelo nos faz sorrir, sorri também, e traz motivos para celebrar. As flores surgem, se dispondo a serem colhidas e repostas sobre os castanhos fios e, junto ao sol que torna vistosa toda e qualquer simples poça na rua, completam a cena de uma manhã marcante, diferente das demais...
Ao fundo, ouve-se baixinho... "let the sun shine, let the sunshine in... the sunshine in..."

29 janeiro 2010

Fora do senso comum...

Ao contrário do que muitos pensam, escrever não é um dom. Tampouco um exercício fácil.
Sinto tornar-se cada vez mais frenquente a vontade de debruçar sobre o papel e despejar meu interior nesse (metaforicamente, tanto no que tange monitores e teclados, quanto às vísceras humanas).
É parte de mim. Uma necessidade. Um ímpeto. Quase uma obsessão...

Escrever é, antes de tudo, um ato de determinação.
Prosseguir, persistir. Saber que a mente é infinita(mente) mais rápida que os dedos. Não se dar por vencido quando as palavras escapam e o deixam como tolo encarando meia-dúzia de verbetes recém-escritos e que aguardam avidamente por companhia. Não largar a pena quando o peito lhe aperta, pulsando ânsias, bombeando forças, disseminando ânimo.
O trabalho compensa e, por compensar, é aceito de bom grado por quem escreve. O escritor é antes de tudo forte. Escreve... descreve... apaga... reescreve... Se hoje já não chega a isso, outrora fazia parnasianos suarem...
Ainda assim, é árduo. Árduo e áspero, pois ao arranhar a quietude do autor, só é aceito por quem não teme sofrer essas pequenas e pontuais injúrias.

Hoje sei e digo: se a escrita é fruto de um abençoar divino, escrever é o lapidar dos homens.
Pense nisso leitor... Reflita também...

05 janeiro 2010

Pequeno Dicionário Contemporâneo

Estréio hoje mais uma série fixa no blog. Depois de Musicalis e Cinématographe, introduzo agora novas designações para antigos termos, nos posts que chamarei Pequeno Dicionário Contemporâneo.
A idéia é demonstrar, com a costumeira lira, os novos significados de palavras há muito usadas.
E a primeira escolhida é:

Efemeridade (s.f. sing.):
1- Fonte do desânimo que nos toca quando algo que esperamos muito nos surpreende negativamente;
ex.: A esperada felicidade se viu impedida pela efemeridade de nossos sentimentos.

2- Forma de velocidade com que TUDO ocorre no século XXI;
ex.: Não houve tempo para digerir o feito, dada a efemeridade dos acontecimentos noticiados.

3- Modalidade mental superior de quem ignora a real capacidade da consciência;
ex.: A efemeridade de seus pensamentos demonstrava o quanto era capaz de se fixar em um mesmo tópico, e de analisar por longos milésimos de segundo assuntos de verdadeira importância.

Pense, repense... Analise leitor! Reflita também...

Remédio contra o Bloqueio

Muitas vezes me peguei com um questionamento incessante.
Pra onde teria ido a solidariedade nos dias de hoje?
Se somos capazes de não ver pessoas ao nosso lado, que o diga do outro lado do mundo... e é isso que sempre me incomodou...
E foi também por isso que o vídeo que os trago hoje me motivou. Reconheço que cheguei a derramar limpas, emocionadas e esperançosas lágrimas na manhã seguinte ao bloqueio relatado no post anterior. Não é a primeira nem, de certo, a última mobilização a favor dessa causa, mas foi uma das mais bem boladas, e por isso a trago a vocês, caros leitores.



Afinal, sem soar clichê, o que pode ser mais efetivo contra um bloqueio de escrita do que renovar esperanças e ver que você não está só ao pensar que apenas o Amor pode salvar-nos de um destino quase inevitável.

"Há que se ter Esperança, e tudo do que precisamos é Amor"
Vocês concordam? Comentem... se não concordarem, comentem também! Não trago verdades, apenas mais questionamentos e constatações... Pense nisso leitor! Reflita também...