28 novembro 2008

Calmaria

Incrível a capacidade de memória humana...

Desde muito cedo, eu sempre imaginei que o cérebro das pessoas funcionasse como grandes armários de arquivos e que tudo ali guardado estivesse dividido por temas. Uma gaveta para comidas já provadas, outra pra roupas já vestidas, uma terceira para texturas já experimentadas. Mas o que sempre me motivou mais a pensar desta maneira, é que dificilmente se esquece uma música já ouvida... e isso embasava a minha tese. A gaveta de "Músicas Ouvidas" deveria ser a maior de todas; reunindo informações desde a primeira cantiga de ninar, até a pior música que a pessoa já teve o desprazer de pegar mesmo que alguns segundos.

Hoje, sem motivo aparente, pude ouvir de maneira cristalina uma música dentro da minha mente. Praticamente uma alucinação auditiva, de tão perfeita. Mas eu me lembrava pouco da música em questão. Poucas e doces notas, parte de um verso do que parecia o refrão...e a curiosidade que me mata naturalmente. Lancei-me numa busca árdua pela internet, equiparando os 2 maiores arquivos do mundo. Um criado pelo Homem, o outro planejado pelo seu Criador. E encontrei.
Brindo meus leitores com essa pérola... um presente a mim, dado por uma cabeça confusa, mas de muito bom gosto.

Com vocês:
Flávio Venturini e Caetano Veloso em "Céu de Santo Amaro"

Azul-Carolina

Azul claro como o dia!

Não só um, mas

Qual dizia...


Se na Terra algo havia,

Com o mar em cantoria

Toa cantos de Maria


Se de pronto, à revelia,

Faz feliz, como à Cecília.

Luz incisa na piscina

Puro aroma sem rotina...


Sopra o vento,

Vira esquina,

Gira e vira qual cortina!


Faz da cor,

Beleza fina...

Bela como Carolina...



Em homenagem a essa estrelinha que eu tenho a grande honra de ter como amiga.
Obrigado, anjinho dos cachinhos dourados, por existir e me fazer crer na humanidade ainda, viu?
Dedicado também às pessoas que têm amigos queridos assim como eu... eles são grandes presentes... Parem pra pensar nessas bençãos... Reflitam também...

p.s.: Pra quem duvidar da veracidade do tema:
http://en.wikipedia.org/wiki/Carolina_blue

06 novembro 2008

Musicalis 6

En el Muelle de San Blas
(Maná / Fher)

Ella despidió a su amor
Él partió en un barco en el muelle de San Blas
él juró que volvería
y empapada en llanto ella juró que esperaría
miles de lunas pasaron
y siempre ella estaba en el muelle
esperando
Muchas tardes se anidaron
se anidaron en su pelo
y en sus labios

Llevaba el mismo vestido
y por si el volviera no se fuera a equivocar
los cangrejos le mordían
su ropaje, su tristesa y su ilusión
y el tiempo se escurrió
y sus ojos se le llenaron de amaneceres
y del mar se enamoró
y su cuerpo se enraizóen el muelle

Sola
sola en el olvido
sola
sola con su espíritu
sola
sola con su amor en mar
solaaaaaaaa
en el muelle de San Blas

Su cabello se blanqueó
pero ningún barco a su amor le devolvía
y en el pueblo le decían
le decían la loca del muelle de San Blas
y una tarde de abril
la intentaron trasladar al manicomio
nadie la pudo arrancar
Y del mar nunca, jamás la separaron

--Uma bela poesia, caros leitores. Mesmo em espanhol, o entendimento não é difícil não... O ponto de hoje é: qual é o limite de um amor? Até quando é possível se doar sem errar consigo mesmo ou desistir e abandonar uma convicção? Bela história...Pensem... Ponderem... Reflitam também...

Em tempo:

...para não excluir ninguém do entendimento...

Resposta a "O certo e o errado "

Semanas se passaram... Meses correram desde então... mas o artesão, já de volta ao seu vilarejo, sofria com o questionamento em sua mente, que o fazia sentir como se houvesse decorrido apenas algumas horas desde aquele fatídico momento. Já havia retornado a seu ofício, trabalhado madeira, metal, fogo, terra, água... mas o cristal não saía de seu pensamento. Os cristais. Ambos. Irmãos. Semelhantes e tão diferentes.
Lá fora um rapaz gritava: "Nova feira de materiais na cidade vizinha! Venham! Venham!"
Rapidamente o artesão vestiu suas roupas de viagem, alcançou a algibeira e lançou-se em direção ao povoado próximo. Chegando lá, tomou o rumo imediato de onde encontrara previamente o mercador viajante, e lá estava, novamente o senhor que já conhecia. Mostrava-se triste. Ao ser questionado, revelara que desistira da vida de mercador, e que sua ganância e seu desejo de ter tudo para si haviam destruído sua vida.
Lembrou-se de imediato do artesão e sem pensar 2 vezes pôs sobre a mesa da barraca os 2 cristais. Disse-lhe: "Escolha rapaz, podes levar 1 deles!". O artesão sentiu novamente o aperto no peito de meses atrás. Mas desta vez, pode observar ambos os cristais sem pressa. O primeiro ele já conhecia bem; tinha o mesmo ar altivo, mas estava empoeirado agora, perdera um pouco de seu brilho. Ainda era belo e fino, mas tinha sua beleza afrontada pelo cristal irmão ao lado. Olhou o segundo, o que lhe havia sido oferecido como alternativa da primeira vez. Espantou-se por não tê-lo percebido as características antes. A cor não era ligeiramente diferente, à luz do dia, intensificava-se e mostrava-se de um verde lindíssimo, que mudava seu tom de acordo com o ângulo que lhe era imposto ao sol. Este, ao cruzá-lo, deixava raias esperançosas sobre a bancada. O artesão teve certeza que estes feixes poderiam iluminar toda uma casa e assim, a dúvida que lhe era aguda por falta de informações, se tornou crônica por excesso destas. Não mais pensava, apenas sorria ao ver belezas iguais e díspares ao mesmo tempo. Não há certo. Não há errado. A escolha não existe de verdade...

Pense nisso leitor. Reflita também...