28 março 2010

Ironias da Vida

Anos após certa desavença e já a tendo superado, os dois envolvidos no caso conversam em certa celebração numa roda de amigos, No que um deles lança:
-Eu sou muito grato a esse cara! Sem saber, certa vez, ele me salvou... Eu me afogava em problemas e ele me jogou uma boia...

O outro, rápido de pensamento, concebe as palavras mas não as profere, em respeito à paz do momento:
-Pois é, olha como são as coisas... Quem diria que eu jogaria a boia de salvamento pra alguém que, 4 anos antes, fez questão de pisar a minha cabeça enquanto eu afundava em areia movediça...?

Pense nisso leitor... Reflita também...

Musicalis 9

Viva la Vida - Coldplay

I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy's eyes
Listened as the crowd would sing
Now the old king is dead long live the king
One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
Missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
Once you'd gone there was never
Never an honest word
And that was when I ruled the world

It was a wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in
Shattered windows and the sound of drums
People couldn't believe what I'd become
Revolutionaries wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know St Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world


---- É incrível o sentimento que se abate sobre um humano com o orgulho ferido.
Digo isso com conhecimento de causa e a letra em questão do post fala muito em favor disso. Desfrutar de uma posição cômoda, gratificante e de destaque é, em geral, o auge para um Homem. Não me refiro, entretanto, a poder econômico ou militar. Um Homem pode se dizer realizado quando sabe que o invejam.

Acalmem-se leitores, chegarei onde quero e provarei que não se trata de soberba (tema de um dos próximos posts) minha ou superioridade barata.

Indo de encontro ao antigo ditado "Quem é Rei, nunca perde a Magestade", pode-se observar que a perda de um status alcançado previamente pode ser fatal para muitos. Mexe com o primitivo, o basal de cada um. Explico: o ego é nutrido pelo sentimento de que se é importante, destacável, singular. Nesta posição, independente do seu poder real, a auto-estima lhe confere um prazer inenarrável...
Os mares se abrem frente uma palavra sua... Exércitos marcham em sua honra... Você enxerga o medo nos olhos de seus inimigos... Mas isso era quando você dominava o mundo...
É aí que a mesa vira. A influência é perdida, e com ela muitos dos ditos amigos, conselheiros e pares. Seus inimigos não mais o olham, e caso o fizessem, em seus olhares, o medo teria dado lugar à pena ou à indiferença. Seus exércitos empunham nova bandeira, seu castelo se desfaz, ancorado em pilares de sal e areia...
Caríssimo leitor, atentem para o fato de que não retrato aqui o Poder, mas a chama que nos leva afrente... sem auto-estima, varremos as ruas de um mundo que já nos pertenceu...
Pense nisso, reflita também...

05 março 2010

Entreouvido por aí...

Fila de uma loja de departamentos.
Filho de no máximo 12 anos chega com um pacote colorido nas mãos:
-Pai, aqui, as bolinhas de tinta que faltavam pra minha arma!
No que o pai retruca instantaneamente:
-Qual das suas armas???
Em volta, sobrancelhas se levantam em surpresa e descrença.
Cortinas! Pano rápido!

No mínimo triste um mundo em que crianças se divertem com uma réplica de arma de fogo... E ainda pior um em que a brincadeira não envolve apenas uma, mas várias...

Pense nisso, reflita também...

Cinématographe 3

Há anos o cinema busca se reinventar, e parte importante deste processo é deixar os clichês de lado. Assim é 500 Dias com Ela (no original: 500 days of Summer) e seu bom trocadilho que a tradução não pôde manter. Logo no início o espectador é avisado:
"Esta não é uma história de amor" e realmente não é. O que vemos é uma desconstrução das ditas comédias românticas. Cenas altamente poéticas e uma trilha sonora perfeita dão conta de criar um sentimento de catarse poucas vezes antes experimentados por quem tem o hábito de ir ao cinema...




A inversão base da trama mostra-se bem atual: em uma época em que os homens se permitem os males do amor, as mulheres encarnam a independência e endurecem seus corações. Talvez por isso o jovem Tom se encante pela bela Summer, que não quer um relacionamento formal.
Caro leitor, é mesmo possível conviver com a dor de saber que se ama mais do q se é amado? Pense nisso...

Assista... e reflita também...


p.s.: também esse assunto será mais abordado a seguir... aguarde...

03 março 2010

Despertar da Primavera

Faltando 18 dias para o início do Outono, a trégua na chuva hoje pela manhã, embebida em tímidos porém quentes raios de sol, me trouxe, na verdade, uma visão da Primavera. Não por palmeiras que florecem no Aterro, nem pelas cores que surgem em pétalas na Praia Vermelha.
A Primavera se faz presente hoje por novas bodas; uma flor no cabelo nos faz sorrir, sorri também, e traz motivos para celebrar. As flores surgem, se dispondo a serem colhidas e repostas sobre os castanhos fios e, junto ao sol que torna vistosa toda e qualquer simples poça na rua, completam a cena de uma manhã marcante, diferente das demais...
Ao fundo, ouve-se baixinho... "let the sun shine, let the sunshine in... the sunshine in..."