29 janeiro 2010

Fora do senso comum...

Ao contrário do que muitos pensam, escrever não é um dom. Tampouco um exercício fácil.
Sinto tornar-se cada vez mais frenquente a vontade de debruçar sobre o papel e despejar meu interior nesse (metaforicamente, tanto no que tange monitores e teclados, quanto às vísceras humanas).
É parte de mim. Uma necessidade. Um ímpeto. Quase uma obsessão...

Escrever é, antes de tudo, um ato de determinação.
Prosseguir, persistir. Saber que a mente é infinita(mente) mais rápida que os dedos. Não se dar por vencido quando as palavras escapam e o deixam como tolo encarando meia-dúzia de verbetes recém-escritos e que aguardam avidamente por companhia. Não largar a pena quando o peito lhe aperta, pulsando ânsias, bombeando forças, disseminando ânimo.
O trabalho compensa e, por compensar, é aceito de bom grado por quem escreve. O escritor é antes de tudo forte. Escreve... descreve... apaga... reescreve... Se hoje já não chega a isso, outrora fazia parnasianos suarem...
Ainda assim, é árduo. Árduo e áspero, pois ao arranhar a quietude do autor, só é aceito por quem não teme sofrer essas pequenas e pontuais injúrias.

Hoje sei e digo: se a escrita é fruto de um abençoar divino, escrever é o lapidar dos homens.
Pense nisso leitor... Reflita também...

3 comentários:

Pim disse...

Ao meu ver, Vini, escrever realmente não é um dom, é sim uma característica inata que, assim como todas as caratcerísticas inatas, tem uma mundanalidade indissociável.

Uma pessoa vem ao mundo escritora assim como nasce loira ou toma carne revestida com pele escura. Independe do desejo! Sua presença ou não entra na mesma categoria do lobo da orelha solto ou preso. É constituinte.

O autor literário simplesmente vê no mundo muitas histórias pra contar, e fazê-lo é tão essencial quanto alimentar-se. Já o poeta tem um olhar aflorado, e onde quer que olhe as formas viram letras que valsam entre si até que a os versos surgem, com a leveza e graça de um elemental do ar.

Não somos dotados divinamente com a escrita, apenas adotamos as letras como filhas e dispomo-las num enfileiramente diferente. Os escritores somos pais do alfabeto, do raciocínio e da beleza impalpável.

Eu nasci loira, de pele branca, olho mel, lobo da orelha solto e escritora. E você(s)?

Anônimo disse...

Olá querido, cada vez que passo aqui, fico impressionada com Vc...
Adorei esse post, inteligentissimo, divertido e verdadeiro...
Bjsssssssss...

ANA.

Ps: continuando a brincadeira do comentario acima;
Eu nasci morena, de pele branca, lobo da orelha solto e apaixonada pelas palavras, uma escritora nata hein?

Manuella disse...

Adorei esse texto Vih...
E se me permite dizer, ao terminar de ler, senti como se um terremoto ocorresse dentro de mim, agitando minhas águas interiores, me fazendo sentir vontade de escrever tbm!
Bjo. grande!