31 dezembro 2009

Bloqueio de Escrita

Na ânsia por escrever, atualizar o blog, brindar meus caríssimos amigos e/ou leitores com novos textos, experimentei ontem uma amostra da angústia pela qual passa um escritor profissional. Se eu, um pseudo-autor sem grandes aspirações, cheguei a sentir-me mal por não ter idéias, não conseguir colocar nada no "papel", gritando dentro de mim por um Insight que me trouxesse um pouquinho, que fosse, de criatividade... como deve ser pra um escritor de verdade ter um daqueles famosos bloqueios autorais?
Horas a fio na frente do pc... peguei livros, vi sites, recordei memórias, inventei fatos... tudo com o intuito sem sucesso de me dar um bom assunto a tratar. Casamento? Natal? Relações familiares? Tecnologia? Mais do mesmo... Cinema ou Música? Não... quero inovar...A dor de cabeça começava a surgir.
Imaginei a cobrança sobre os profissionais, seja por prazos (pros que escrevem em jornais) ou por novidades (pros que vivem de bestsellers). E percebi que, desorganizado e alheio a prazos que sou, fiz bem em escolher a medicina em detrimento à literatura...

Deixei de lado o anseio e fui dormir... grata surpresa a confirmação da dica de um grande cronista, que dizia: se a inspiração não vem, faça coisas diferentes... ela sempre aparece!
Provarei no próximo post...
Pense nisso, reflita também!

p.s.: Aproveito para dar boas vindas à nova leitora "Ana" que descobriu o blog e me deixou ótimos comentários. Desde já obrigado, e saiba que se juntando a meus outros 4 leitores, vc me ajuda a chegar a quase meia dúzia! hahahah Sinta-se a vontade de comentar sempre viu? Ah, e querendo entrar em contato, deixe e-mail ou msn em algum comentário. Bjos a todos

30 dezembro 2009

A falta que a Flor me faz...

Sinto falta da tua presença
E dos detalhes que só meus olhos
Encontravam nos contornos teus...

Se o ar me pesava, se meus dedos falhavam,
Deitado à relva,
O simples observar de teus tons
Confortava-me com o estímulo de prosseguir...

Sinto falta do teu frescor
E de sentar-me junto a ti,
Sentindo a brisa que me alcançava
Depois de roubar-te parte do perfume...

Se teu límpido orvalho era pouco pra matar-me a sede,
A liberação sôfrega de teu oxigênio salvou-me, por vezes,
Da asfixia que nos toma, dia a dia, na selva de pedra...

Sinto falta do que me tornavas...
Absorto, entregue, fascinado...
Novamente criança que descobre o mundo
............................[e de explorador, vira explorado

Provaste a mim o que eu negava...
É em cores tímidas que se esconde a beleza,
Em cheiros vastos que se amplia a destreza,
Em gostos doces que se encara a dureza
E em toques ternos que se desfaz a frieza...
............................[frieza que havia, espantaste e hoje retorna

Sinto falta de sentir-te faltosa,
De contar minutos que não passavam,
De olhar ponteiros que não andavam,
Ao lado do vaso, esperando que ela voltasse,
Semanalmente, a seu ninho de terra...

Na terra branca, cheirando a éter,
Meu sangue corria, como que quisera ceder minhas forças,
Assegurando que ela ali nascesse novamente...
Desabrochasse, e me olhasse
Um segundo que fosse...
Da mesma maneira que eu a olhava...

Sinto falta.
Sinto...
E se em quadros a vejo retratada,
Em meio a outras flores, cenários mil,
A sinto...
Aparentemente perto, mas longe, sei...
E percebo.
Já não perfuma. Não colore.
Não goteja ou aquece...
...
Mas a sinto...