27 novembro 2019

Dueto de Cordas

Tempo e distância. Ao reencontro. Despropositado...? Talvez. Não. Consciente. Oi’s e falas supérfluas. O mesmo sorriso de antes. O mesmo encanto. Redescobertas? Não, novas descobertas. Brinca, fala, e o tempo passa. Passa bem, passa bom... Passal algo bom. Se estende. Lança o número, dá o sinal. Sem retorno, a oportunidade se foi? Não. De novo. Chama e traz esperança. Papo. Mais a fundo. Sem os pontos etéreos. A fundo. Mais fundo. Frases que se enlaçam, se tocam, se sentem. Que fazem sentir. Entrelinhas. Falas se completam, sensações se transformam. Entre as linhas. Mais entre elas. “Nada é por acaso”. “Tudo acontece no tempo certo”. Um xadrez de adultos. Delicioso em cada mexida de peça. Ela sabe jogar. Joga bem e instiga. Responde à distância meus movimentos. E se move. Delicada, com graça. Sensualidade ímpar. Transmite mensagens que emitem imagens. Imagina-se sem se ver. Lábios entreabertos. Sorrindo com vontade. Rindo de seu efeito. Brincando com o desejo. Mal sabe que a arte é isso, instigar. Incurtir no outro a sua vontade. Seus desejos. Seu desejo. Analisa. Indo longe? Não. Qual o limite do que é bom? Pondera. Sente a dança das peças. O movimento síncrone, pareado, simétrico; delicioso. As peças se aproximam. Se tocam. Trazem o deleite que só a curiosidade permite. A cada movimento, um novo pulsar. O tremor da descoberta... O toque. O calor. A respiração que antecede cada passo. O olhar de desafio... A mordida nos lábios antecedendo o movimento e a surpresa do outro. Ah, a surpresa do outro... Uma fala, uma cartada... hmmm. Surpreendente. Um novo mundo. Um universo particular no outro. A ser desbravado... explorado. Descobrir os limites. Não, sem limites. As peças dançam. Giram com o contato dos corpos. Olho no olho. Sorriso com sorriso. Corpos dispostos e em contato. Um jogo passo a passo. Ninguém perde... A respiração quente. Uma chama que transforma a disputa. Reações dos dois lados. Sem perdedores. Ambos. A pulsar, calor, suor. A excitação mútua. Ambos sinalizam, cada um em seu lugar. Forças, mudanças... Estados e volumes se fundem... sólidos, líquidos... físicos. Jovens, lembram-se do tempo. Tempo curto, antigo e retrógrado. A ser ultrapassado pelos 2 nesse jogo da existência. Se misturam, formando um, para o qual já não há tempo, outros ou limites. 
Arfam juntos, contraem-se, em clímax. 
Rendem-se ao novo. A essa verdade e a esse instante. 
Há, agora, apenas a vivência, o dueto e a vontade. Um ode às descobertas.