31 dezembro 2009

Bloqueio de Escrita

Na ânsia por escrever, atualizar o blog, brindar meus caríssimos amigos e/ou leitores com novos textos, experimentei ontem uma amostra da angústia pela qual passa um escritor profissional. Se eu, um pseudo-autor sem grandes aspirações, cheguei a sentir-me mal por não ter idéias, não conseguir colocar nada no "papel", gritando dentro de mim por um Insight que me trouxesse um pouquinho, que fosse, de criatividade... como deve ser pra um escritor de verdade ter um daqueles famosos bloqueios autorais?
Horas a fio na frente do pc... peguei livros, vi sites, recordei memórias, inventei fatos... tudo com o intuito sem sucesso de me dar um bom assunto a tratar. Casamento? Natal? Relações familiares? Tecnologia? Mais do mesmo... Cinema ou Música? Não... quero inovar...A dor de cabeça começava a surgir.
Imaginei a cobrança sobre os profissionais, seja por prazos (pros que escrevem em jornais) ou por novidades (pros que vivem de bestsellers). E percebi que, desorganizado e alheio a prazos que sou, fiz bem em escolher a medicina em detrimento à literatura...

Deixei de lado o anseio e fui dormir... grata surpresa a confirmação da dica de um grande cronista, que dizia: se a inspiração não vem, faça coisas diferentes... ela sempre aparece!
Provarei no próximo post...
Pense nisso, reflita também!

p.s.: Aproveito para dar boas vindas à nova leitora "Ana" que descobriu o blog e me deixou ótimos comentários. Desde já obrigado, e saiba que se juntando a meus outros 4 leitores, vc me ajuda a chegar a quase meia dúzia! hahahah Sinta-se a vontade de comentar sempre viu? Ah, e querendo entrar em contato, deixe e-mail ou msn em algum comentário. Bjos a todos

30 dezembro 2009

A falta que a Flor me faz...

Sinto falta da tua presença
E dos detalhes que só meus olhos
Encontravam nos contornos teus...

Se o ar me pesava, se meus dedos falhavam,
Deitado à relva,
O simples observar de teus tons
Confortava-me com o estímulo de prosseguir...

Sinto falta do teu frescor
E de sentar-me junto a ti,
Sentindo a brisa que me alcançava
Depois de roubar-te parte do perfume...

Se teu límpido orvalho era pouco pra matar-me a sede,
A liberação sôfrega de teu oxigênio salvou-me, por vezes,
Da asfixia que nos toma, dia a dia, na selva de pedra...

Sinto falta do que me tornavas...
Absorto, entregue, fascinado...
Novamente criança que descobre o mundo
............................[e de explorador, vira explorado

Provaste a mim o que eu negava...
É em cores tímidas que se esconde a beleza,
Em cheiros vastos que se amplia a destreza,
Em gostos doces que se encara a dureza
E em toques ternos que se desfaz a frieza...
............................[frieza que havia, espantaste e hoje retorna

Sinto falta de sentir-te faltosa,
De contar minutos que não passavam,
De olhar ponteiros que não andavam,
Ao lado do vaso, esperando que ela voltasse,
Semanalmente, a seu ninho de terra...

Na terra branca, cheirando a éter,
Meu sangue corria, como que quisera ceder minhas forças,
Assegurando que ela ali nascesse novamente...
Desabrochasse, e me olhasse
Um segundo que fosse...
Da mesma maneira que eu a olhava...

Sinto falta.
Sinto...
E se em quadros a vejo retratada,
Em meio a outras flores, cenários mil,
A sinto...
Aparentemente perto, mas longe, sei...
E percebo.
Já não perfuma. Não colore.
Não goteja ou aquece...
...
Mas a sinto...

08 novembro 2009

Frase do Dia:

"Se eu pudesse mensurar o tempo perdido na busca pela felicidade, eliminaria várias vidas de tristeza..."

Leitor, quanto tempo perdemos em lástima sem saber usar o mesmo para criar alegrias?
O tempo é curto, a vida não é longa e a estrada é finita... pense nisso... reflita também...

Cinématographe 2

Orson Welles foi, indubitavelmente, um gênio na direção... Isso não é novidade pra ninguém. Entretanto, não bastaria só isso para que Cidadão Kane (no original: Citizen Kane) fosse escolhido como o melhor filme já realizado em todos os tempos, não por uma, mas inúmeras listas que tentam formar essa classificação dificílima ou, ousaria mesmo dizer, impossível.
Lançado em 1941, foi premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original e trouxe uma série de inovações técnicas que ainda hoje são discutidas em como foram produzidas na época.



O filme mostra a vida do milionário Charles Foster Kane, dono de uma rede de jornais, que em seu leito de morte profere 1 só palavra... "Rosebud". A busca por seu significado permeia a película, que mostra magistralmente a angústia e o abandono dos mais ricos. Poderia um homem bem sucedido, querido por todos e determinado ser esquecido pelo tempo?
Demonstração perfeita de que nem sempre o ideal é o certo, e de que o orgulho é o pai de todos os erros...

Caro leitor... Assista! e reflita também...

16 outubro 2009

Saborosos Sonhos da Padaria

Os roncos dos motores ecoavam forte na minha cabeça. Durante a corrida, visitando o box de um velho amigo que acompanhava apaixonadamente a disputa do filho, eu assistia ao desempenho dos pilotos e suas máquinas, uma relação quase simbiótica para a vitória. Minha irmã ao meu lado tapava os ouvidos a cada passada dos autos. Duas moças da minha idade entraram sorrindo e de óculos escuros, bem vestidas, com o frescor que apenas aqueles vinte e poucos anos traziam. Ambas traziam um brilho loiro nos cabelos, que refletiam o sol daquele dia no autódromo. Minha irmã conhecia uma delas, se abraçaram, riram e foram colocar os assuntos em dia; a outra se manteve ali, sozinha, com um misto de costume e estranheza. Cheguei perto e disse: "Ainda não sei seu nome" e ela: "Natalia". Sorri, e comentei que não iria esquecer, minha irmã que acabara de sair também assim se chamava. Perguntei: "E você? Espera por alguém?". Ela sorriu e respondeu de maneira simples: "Sim, meu marido". Surpresa! Ele já voltara, e da pista! O filho do meu amigo a abraçou ternamente e a beijou. Após algum tempo minha irmã retorna com a amiga; ficamos os 4 conversando... O tempo passa, e nós esperando o fim da arrumação dos boxes até que nos cansamos e sugiro sairmos dali. O imponente piloto ficaria para últimos acertos. Pegamos o carro, andamos um tanto, estacionamos e passamos a seguir pelas calçadas do entardecer, já frias com a mudança do tempo. Papos sem propósito nos envolvem, até que sinto o cheiro quente de pão novo e alcanço com os olhos uma padaria clássica, aos moldes das grandes confeitarias de outrora. O vapor emanado pela pequena loja de balcão alto, repleta de pessoas buscando um pouco de calor recém-tirado do forno e as luzes amarelas faziam uma cena de filme; quase um retrato da felicidade presente nas pequenas, antigas e belas coisas da vida. Aquele cheiro na rua... pão quente! E mais: açucarado... Pelo jeito acabou de sair o pão-doce! Segurei a nova Natália por uma das mãos e falei "Vem comigo!". Minha irmã e a amiga também vieram e se encantaram com a cena vista por dentro. Pessoas com grandes casacos tomavam chocolate quente sorrindo como crianças. Os pães rodavam o salão com seus odores ternos de inverno. Padeiros e boleiras sorridentes atendiam no balcão como quem quisesse trazer felicidade às pessoas que buscavam um calor para suas almas naquele frio fim de tarde. Alcancei um dos pães, provei, fascinado pelo sabor da infância e servi às meninas. Não só esse, outro. E outro. Pães doces diferentes, de diversos recheios e coberturas. O brilho presente naqueles olhos claros sob os finos cabelos loiros me nutria tanto quanto o pão quente e doce que me tocava os lábios. Observava a tudo desejando que aquilo durasse por muito tempo ainda...
Meu celular tocou. Meus olhos se abriram com dificuldade. Do outro lado, Roberta Karen me questionava o motivo da ligação mais cedo. Respondi com a voz rouca que só o sono nos provê. Tentava colocar os pensamentos em ordem... Respirei fundo, saquei os óculos da lateral da cama, os coloquei sobre os olhos e respondi à amiga que me buscava no telefone durante o sono da tarde... Da cena ficaram o calor, os cheiros, os brilhos e os sorrisos... Sorri de maneira sem graça e me levantei... já era quase hora de buscar minha sobrinha no colégio...
Caro leitor, não se furte a viver o que aparentemente não é possível. Muitas vezes, momentos virtuais são tão prazerosos quanto os reais...
A felicidade é sempre verdadeira, seja decorrente do que se passa ou do que poderia se passar... Pense nisso, Reflita Também...

06 setembro 2009

Momento lírico

Hoje, durante uma conversa, brincando, uma amiga me disse:
-Ah, que doutor sem coração!

Parei. Pensei. E disse, sem piscar ou emoções nos olhos, com o olhar perdido:
-Capaz... as mulheres que passaram pela minha vida o fizeram em pedaços. Colhi os cacos e os colei por vezes; mas a cada ocasião em que isso acontecia, pedaços se perdiam... Após algumas vezes, só sombra do que ele foi outrora sobrou no meu peito...

Caro leitor, isso acontece a muitos. Muito mais frequente inclusive do que imaginamos... Já parou pra conceber isso? Pois bem, Reflita Também...

02 agosto 2009

From Ashes, To Ashes

Poor romantic...
Lost in thinking,
Lurking, peering,
Out of semantic.

Able to really find,
Without problems
But like poems,
A new love in mind.

Every fake aliance,
Nearly obsession,
Is his true defiance;

Making a new impression,
In his flesh, with deniance,
To ashes, eternal self -agression.

-------Letting wind blow a little... Being taken by inspiration...
Have never written anything in English before... It's just cause something inside me tells me this one, plenty of feeling, should be told in a language that carries a load of pity in its poems. I don't really know if it was more like Poe or Shakespeare... but it was surelly me.
How many times an idealist romantic is able to create loves inside his mind, based on ashamed smiles, effulgent eyes or scented hair? My heart tells me... you shall not number it, at all...
Come on, dear reader... Reflect about it too...

28 julho 2009

Combinatória (n!)

Não é muito original, dado que acredito estar entre milhões que pensam de mesma maneira, mas vejo o ponto da vida de uma pessoa a que esta chegou como o resultado de uma série de escolhas prévias. escolhas tão numerosas, em infinitas situações, que tornam o presente fruto do produto delas. Seja "sim ou não", "azul, amarelo ou vermelho", "praia ou montanha", "livro, filme ou música", poderíamos estar em qualquer outro lugar, caso a outra opção tivesse sido escolhida.
Bem, exemplifico com um caso fictício:

João amou Maria no momento que a viu. Apaixonara-se pelo sorriso abrangente e ao mesmo tempo contido. Dividiam a mesma turma; tornaram-se amigos. Divertiam-se nos momentos juntos, como se um completasse a cena proposta pelo outro. Alcançaram o grau de complementariedade em que se ó possível antever o que o outro dirá, ou o que o primeiro pensa. João sentia necessidade por mais. Já não queria apenas ter Maria como amiga. Sabia que era capaz de se reapaixonar por ela a cada dia; estava certo de que poderia construir tudo a seu lado. "Juntos podemos tudo". Precisava de uma chance. Prestaria o exame de direção em breve, e era o que precisava. Antes mesmo de fazê-lo em férias, convidou sutilmente Maria para sair. De maneira indireta, superficial, sem por os carros na frente dos bois. Praia seria o ambiente ideal para declarar-se. Com sol a pino, ondas molhando-lhes os pés, servindo água de coco à moça. Fez a prova, passou, pegou o carro e, num dia claro como nenhum outro, de cores quentes e vibrantes, buscou Maria em casa. Tiveram juntos um dia perfeito. Só ele naquele momento podia ver que o sorriso radiante dela se fundia com o cenário, de maneira tão perfeita que a beleza daquela mulher não poderia ser mais natural. Declarou-se. Já segurava a mão de Maria, quando deixou-se levar pelo coração em franca taquicardia e a beijou. A moça retribuiu, com igual paixão. Amor. Recíproco e imutável. Namoraram, viveram, partilharam e decidiram. Noivaram, amaram mais e casaram. Trabalharam, cresceram e envelheceram. Juntos. Fortes. Únicos. Ele sabendo que tivera a mulher de sua vida, e ela amando o homem que fora feito pra si.
Mas a vida é feita de combinações. E pra que isso ocorresse, as escolhas pareadas de tal forma que predispusessem isso, aos 2, somavam uma probabilidade de 1 para 10²³. Nessa situação, João não deixou de passar na prova de direção e ambos tiveram um verão de sol todos os dias. Os 2 não deixaram de se falar pelo acaso, Maria não conheceu melhor Antônio nem foi a uma pizzaria com ele. João e Maria não separaram seus grupos, nem deixaram de se esbarrar em sala e muito menos fingiam não sentir o perfume um do outro quando dividiam a mesma bancada, lado a lado. Os 2 sorrisos não se extinguiram e os olhares não deixaram de ser trocados. Os lábios não se furtaram de sussurrar elogios e de sorrir simplesmente por ver o outro...
A vida é feita de combinações... e nessa combinatória as chances são muitas, nem sempre favoráveis ou presumíveis...
Concorda leitor? Reflita também...

Cinématographe

Há muito tenho vontade de criar uma série de posts aqui, aos moldes do que faço com músicas, trazendo relíquias cinematográficas. A idéia é indicar a película, citando por alto seu foco e pontos interessantes, sem "entregar o ouro", como se diz, deixando pro leitor o deleite de descobrí-lo.
Faço isso hoje, com prazer, motivado pelo fato de ter assistido a mais uma pérola esta noite.

Cinema Paradiso (no original: Nuovo cinema Paradiso) - produção franco-italiana de 1988, escrito por Giuseppe Tornatore. Vencedor do Globo de Ouro e do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1990.



Incrível demonstração de como a fascinação de um rapaz pelo cinema pode mover a vida de muitos em uma pequena cidade da Itália no pós-guerras.
Destaque também pra comprovação magistral de que, como muitos dizem, quando algo não é pra ser... simplesmente não o é, seja pelo destino ou desencontros.

Assista... e reflita também...

---- p.s.: explorarei melhor esse tipo de imprevisto do destino no próximo post... forte abraço

Musicalis 8

Flor de Lis - Djavan

Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei

Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis

E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu.

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu.

---- Percebo que hoje, falta água para os jardins da vida. Já não mais chove, as árvores altas não mais gotejam sobre as plantas mais baixas e sequer um regador, por pena, despeja uma milagrosa aspersão por sobre o verde. Sinto a secura empedrando a terra, rachando-a em blocos... Sem vida, como concreto, se tornou o antigo jardim.
Sei, pois, que nesse caso, sem o lirismo de outrora, nem a flor de Drummond, que se esforçava pra nascer no asfalto, se aventuraria neste ardor que deixa o Agreste com inveja...
Pense nisso leitor... Reflita também...

23 maio 2009

Frase do dia:

"Nem sempre o que se vê é o que se acha que se está vendo..."

----E com base nisso eu digo: quem dera a vida fosse tão simples quanto a fantasia que fazemos em torno dela...

Vida e Luzes na Ala Sul

A cidade ainda me fascina. Não o último subúrbio (de onde vinha o leiteiro de Drummond) com sua calmaria melancólica, sua invariabilidade boçal ou seu quase oficial recolhimento noturno, graças à ausência de alternativas de ocupação tardia. O que ainda me é capaz de fascinar é o movimento que se mantém nas regiões mais burguesas da metrópole depois que o sol se põe. Milhares de pessoas que tomam as calçadas. Jovens que tomam sorvete. Pais fazendo compras em mercados subterrâneos. Mães se exercitando em gigantes academias. Cinemas de rua a pleno funcionamento. Livrarias de longas estantes exploradas por bibliófilos. Hotéis em cada esquina.
E os relógios esquecidos... como não se faz longe daqui, pois só aqui a vida não para entre as 19h de um dia e as 7h do dia seguinte. Pura e simples fascinação de um estranho que, fechado ao longe, perde 12h de vida todos os dias...

Também se sente assim leitor? Com a necessidade de não se fechar ao mundo por horas a fio?
Será que o que é bom, vivo, válido, é guardado a poucos? Pense nisso... reflita também...

26 abril 2009

Frase de Hoje (e comprovação):

"Se Deus tivesse a voz de um cantor, soaria como Andrea Bocelli."
---- é... depois de ir ao show dele, tenho total certeza disso... querem a comprovação? :

Musicalis 7

L'appuntamento - Andrea Bocelli
(tradução)

Tenho errado tanto agora
Que já sei
Que hoje quase certamente
Tenho errado com você.
Mas uma vez mais
O que pode mudar na minha vida
É aceitar que este encontro estranho
Foi uma loucura...

Amor, vem depressa,
Eu não resisto...
Se tu não apareces,
Eu não existo, não existo,
Não existo..
.


Sou triste no meio dessa gente
Que está passando ao meu lado
Mas a nostalgia de te rever
É mais forte que o meu pranto.
Este sol acende no meu rosto
Um sinal de esperança.
Estou esperando que, de improviso,
Te veja aparecer à distância...

Amor, vem depressa,
Eu não resisto...
Se tu não apareces,
Eu não existo, não existo,
Não existo...


Luzes, carros, vitrines, ruas,
Tudo mais se confunde na minha mente.
A minha sombra se cansou de me seguir
E o dia morre lentamente...
Não me resta voltar à minha casa
Para minha triste vida
Essa vida que queria dar a ti
E a desfizestes entre os dedos...

(versão para Sentado à beira do caminho - Roberto Carlos/Erasmo Carlos/Bruno Lauzi)

------- Então leitor... Você já se sentiu completado por alguém de tal maneira que a simples espera se torne um martírio? Que sinta necessária a presença desta por completo? Rogando aos cantos que surja de repente? E percebendo que, na ausência desta, o baque é tamanho que nem a ti mesmo pareces existir?
Como diz a versão original da música: Preciso acabar logo com isso... Preciso lembrar que eu existo... existo... eu existo...
Pense e se expresse leitor... Esse blog é seu, e sua participação é nosso combustível... Não se esqueça: Reflita Também!

06 abril 2009

A moça da flor no cabelo

Que bela é a moça
Da flor no cabelo!
Tem movimentos leves,
Deixa rastros no ar,
Como uma bailarina
Em seu habitat...

Sorri,
E sorrindo
Ilumina o dia!
Emite,
Ao abrir os lábios
Brilho único,
Que contagia...

Faz-se flor
Como a que leva
No cabelo...
Exala torpor
Perfuma o ar,
Desfruta do frescor,
Dona de tudo
Tal qual devia sê-lo.

Torna-se mais,
Beleza em foco.
Com a flor no cabelo
A moça morena
Se destaca
E como a açucena
Se torna um marco.

Simples...
Envergonhada como criança...
Quando observada,
Cerra seus olhos
e descansa...

Sorri sem jeito,
Disfarça sua perfeição,
Finge ter defeito
Como acaso pudesse
E se nem mesmo quisesse
Seu belo e puro coração...

Com delicadeza,
Pisca um só olho,
Ainda com o sorriso
De alteza...

Indica que a moça
Da flor no cabelo
Nunca cede à tristeza.
Gira, roda...
E prossegue sem desdém...

Faz o mundo rodar
Quando a moça
..............[da flor no cabelo
roda em sua dança também!

-----Ah, como é bela a moça da flor no cabelo...

Entre o Espelho e os Cacos

O ar nostálgico que me toma em salvas traz consigo um elemento intrigante. Sempre ouvi que só se deve se arrepender do que não tenha feito; entretanto, nunca captei nada no que diz respeito a arrepender-se pelo que tenha sido. E isso é o que me chega agora.
No auge de 22 anos decorridos desde a data de nascimento, olho-me no espelho como que através de um caleidoscópio. Diferente, plurissignificante, multifacetado; e posso dizer, mesmo assim, que não me reconheço e, caso o fizera, não gosto do que vejo. Produto final do que o melhor vindo dos pais e o pior originado das escolhas individuais poderiam criar. Um ar de sábio, daqueles que nada sabem, e um tanto de salvador, que nem a si mesmo pode salvar. Rio do simples fato de ser visto como cuidador: quero o bem dos outros, dou meu melhor nisso e em nada contribuo para o meu próprio.
No espelho, me olho nos olhos; sorrio sem esperanças e agradeço a mediocridade de mais um dia em que, na verdade, não sou: apenas deixo de ser...

Pense nisso querido leitor... O que vê quando se olha nos espelhos da vida? Gosta do que enxerga? Desgosta? Mudaria algo? Enfim... você já sabe: Reflita também...

21 março 2009

Breve Explicação acerca do Manual Azul

Começo apresentando o background do fato que os apresento hoje. Uma grande amiga minha, já citada aqui, comentou uma vez que o jeito peculiar dos homens agirem, desde meninos até a idade senil, é ditado por algum tipo de regra que só nós conhecemos; um tipo de "guia azul". Pois bem. Após sucessivas tentativas de obtensão do livro pela companheira Lina, venho trazer-lhes um breve histórico acerca deste.
O Manual Azul dos Meninos, também conhecido como رجل سغسووس desde os seus manuscritos originais, e hoje também dito "How to be a Man, for Dummies", é a origem de todos os livros coloridos, sejam eles bons como O menino do dedo verde, ou nem tanto, como o Livro Vermelho de Mao.
Escrito por uma série de homens notáveis ao longo de toda a história humana, tem seu primeiro relato com base nos primeiros irmãos conhecidos: Cain e Abel (ver capítulo "Como aprontar e fazer seu irmão levar a culpa"). Ao longo de suas milhares de páginas, indispensáveis para a vivência do Homem contemporâneo, várias figuras deixaram seus conhecimentos escritos, como Abraão (assina Ibrahin), Julius Caesar, Ghengis Khan, Montezuna, Pedro I do Brasil, Thomas Malthus, Simon Bolivar, Toro Sentado, Conde de Sandwish, Costinha, Ludwig von Beethoven, Tiririca, Alejandro Sanz, Aleijadinho (escrevem por ele), Sir Sean Connery, Maurício de Nassau, Ho Chi Minh, o Soldado Desconhecido, Roberto Bolaños, Benjamin Netanyahu, Adolf Hitler, Zé Bonitinho, Bill Cosby, Vasco da Gama, Imperador Meiji, Zumbi, Rei Davi, Dalai Lama (vários deles), Dmitri Medeleev, Marcelo Malpighi, Giovanni Boccaccio, Bocage, Ziraldo, Mário Covas, Stalin, Jim Carrey, entre outros.
Os 2 tomos encontram-se divididos em 5 tópicos principais: Mulheres, Comidas, Esportes, Transportes e OutrasDiversoes (podendo haver intersecções entre eles), com adendo de outros 3 importantes: Trabalho, Família e Ganhos. São inúmeros capítulos, estes sim mais especificos, como Suporte de Vida na Selva, Jantar com os Sogros, Meu carro pode ser mais potente?, Segunda-feira também é dia de barzinho, Malabarismos Sexuais, Vinhos bons (e baratos), Festas de Fim de Ano na Empresa, etc.
Há que se ressaltar que o guia é tão válido para adultos quanto para crianças, de modo que as devidas adaptações estão já inclusas, como: Minhas pernas tremem quando a Cecília olha pra mim, Como viver no parquinho?, Me dá mais um copo de leite, Hot-Wheels especiais, Dribles e Firulas no Futebol, Desenhos imperdíveis, Mesada um dia acaba?, e Por que diabos aprendo Matrizes em Matemática?!.
Igualmente no fim dos tomos encontra-se uma área de agradecimentos, relatos pessoais de homens que fizeram uso e se beneficiaram desta obra preciosíssima. Um índice detalhado está contido na obra, assim como um resumo com os 100 mandamentos do Homem, na última página.
Infelizmente, apenas os indivíduos XY têm acesso a tal obra, que se abre mediante a comprovação genética/cromossômica do portador. Deste modo, Lina, caríssima, poderemos apenas dar-lhe algumas dicas, mas a srta nunca terá total e irrestrito acesso a obra...
"Um livro de Homens, feito por homens para homens"

sem mais, beijos mil,
Vinicius Fonseca
colaborador da Obra,
autor do Capitulo "Booom de testosterona precoce reduz altura, mas tem suas vantagens"

p.s.: O grande Amigo Hugo fez questão de comentar que Chuck Norris escreveu o prefácio do manual (de uma sentada só, com papel à mão, sem nenhuma caneta... nem vírgulas...).

10 janeiro 2009

Lagos Translúcidos nas calçadas da Cinelândia

A vida não tem esquinas, já disseram certa vez; mas a Cinelândia com certeza tem. E foi nessa exata esquina que passei por uma situação única na quarta-feira última.
Voltava eu de uma reunião no Centro com uma professora minha, e já tomava o caminho do metrô, quando fui convidado pela mesma para tomar um suco no espaço vizinho ao Odeon. Andávamos pela calçada larga, tomada de gente, mas tranquila, conversando sobre trabalho de uma maneira leve, que só o típico verão do Rio de Janeiro permite.
Não sei se por falta de hábito com a paisagem peculiar do centro da cidade ou por receio de andar no meio de tantas pessoas, eu prestava atenção em tudo ao entorno. Desde as pedras caprichosamente colocadas (e igualmente faltosas) formando o chão em mosaico até as esparças árvores que fazem falta no meio de tanto cinza da metrópole.
Esforçando-me para não tropeçar na infinidade de coisas que nos cruzam o caminho nesses lugares, desviei, sem muito propósito, quase que involuntariamente, de duas pessoas que cuidavam de uma banquinha no chão. Um rapaz à direita, agachado, e uma moça à esquerda, sentada sobre uma canga, que servia como base para as bijuterias que estavam à mostra.
O rapaz, de costas para mim, exibia algo para a moça, que observava com atenção.
Sem que eu pudesse segurar, no meu inconsciente veio o pensamento: "ah, os hippies em todo lugar... ainda existe gente assim!?", mesmo enquanto eu conversava sobre algo totalmente diferente, demonstrando a pluricapacidade da mente humana. Da preconceituosa mente humana. As roupas batidas, o lenço no cabelo da jovem, os dreds no do rapaz e o comércio de trabalho manual automaticamente me remeteram a isso. E só o que eu pensava no momento era como poderia haver pessoas que se furtassem de uma vida "regrada" e que pudessem se tornar alheias a uma formação necessária para o mundo de hoje...
Ao me aproximar, a jovem levantou o rosto ainda sorrindo, desviando o olhar que encarava o rapaz, ainda de costas pra mim, e repousou sobre os meus olhos os dela. Os olhos mais verdes e vivos que eu já pude observar em toda a minha vida. Contrastavam com o delinear negro nas pálpebras e o branco muito límpido da pele. Me olhou com uma força não instintiva, mas intrínseca àquelas translúcidas íris, que mais pareciam dois grandes lagos nas calçadas da Cinelândia. Eram tão abrangentes, tão expansivos, que não me admiraria que fossem capazes de conter toda a imensidão de coisas que os cercava no momento. Me senti invadido, exposto. Parecia que aqueles olhos, ao tocarem os meus, poderiam ver minh'alma. Não desviei o olhar, como de costume ocorre quando olhares se tocam nas ruas, shoppings ou supermercados. Meu pensamento, agora, era puro. Se purificara, na verdade. De nada me envergonharia pensar que eu precisasse omitir daquele Oráculo à minha frente.
Desacelerei o passo, pedi que os segundos se extendessem. Deixei que por mais tempo ela repousasse a esperança sobre mim, pobre e descrente pedestre da selva de pedra. Senti como se me afogasse num lago profundo, mas sem angústia... Sentia conforto, na verdade.
O caminhar deu fim ao elo, por mais que eu não quisesse. Segui o caminho, voltei à realidade, acabou.
Por fim me perguntei quem era eu pra questionar a maneira como eles levavam a vida... Se convicções são prisões, e estou preso à minha, não poderiam eles estarem certos e eu, errado?
A vida é curta, o mundo nos apressa e a velocidade transforma de maneira inescrupulosa...

Vestiam roupas surradas, muito simples, mas era possível sentir a felicidade ali...


***Espero que tenha gostado leitor... não se esqueça: Reflita Também!

04 janeiro 2009

Mandamentos para um Novo Tempo

Refletindo acerca da contemporaneidade, cheguei à conclusão de que o Homem precisa de novas diretrizes. Seguir novos rumos, se embasar em novos valores, um tanto próximos de outros já consagrados, mas com o intuito de tornar pleno o seu viver, retornar a um rumo ideal, há muito deixado de lado. Parei, pensei, e cheguei a esses 10 tópicos. Leis. Mandamentos para uma vida nova.

1- Faz o que amas, evita forçar-te a amar o que fazes.
-Opta por realizar aquilo que te faz bem-


2- Não te aproximas em demasia de quem não te trata como prioridade. -Ser alternativa para outros te consome aos poucos,
sem que percebas-


3- Reconhece teu limite, não o ultrapassas conscientemente.
-Zela por ti e guarda teu bem-estar sobre tudo-


4- Não te bastas a beijar uma flor, se a flor que desejas não podes beijar. -Luta pelo amor que te cabe-

5- Jamais te furtas do convívio dos que elegeste dignos de tua companhia. -Fica junto, ensina e aprende todos os dias-

6- Deixa que as palavras te aflorem à boca.
-E com elas, enfeita os lábios com sorrisos; teus e dos outros-


7- Adiciona música à tua vida.
-Faz um mundo sonoro, e capacita-te a ouví-las dentro de ti-


8- Aprende com as crianças.
-Como elas, passa a ver todos os lados de uma mesma situação-


9- Adentra teu mundo. -Faz parte dele, capta o sol, molha-te no mar e consome o vento como fruto igual da Criação que também o és-

10- Por fim, Sonha. Mas não te esqueças de viver.
-Sonhar vivendo é dádiva, viver sonhando é lástima-


Pois bem, caro leitor. Defendo como início de uma nova vida estas máximas. Não venho trazer verdades a todos, ou impor credulidades próprias aos demais. Digo que estas linhas ME guiarão. Quero que você se sinta à vontade em criar as suas, ou se lhe agradar, usar mesmo estas... À vontade. Meu intuito é pura e simplesmente fazê-lo pensar. E lembre, Reflita Também...