23 maio 2009

Vida e Luzes na Ala Sul

A cidade ainda me fascina. Não o último subúrbio (de onde vinha o leiteiro de Drummond) com sua calmaria melancólica, sua invariabilidade boçal ou seu quase oficial recolhimento noturno, graças à ausência de alternativas de ocupação tardia. O que ainda me é capaz de fascinar é o movimento que se mantém nas regiões mais burguesas da metrópole depois que o sol se põe. Milhares de pessoas que tomam as calçadas. Jovens que tomam sorvete. Pais fazendo compras em mercados subterrâneos. Mães se exercitando em gigantes academias. Cinemas de rua a pleno funcionamento. Livrarias de longas estantes exploradas por bibliófilos. Hotéis em cada esquina.
E os relógios esquecidos... como não se faz longe daqui, pois só aqui a vida não para entre as 19h de um dia e as 7h do dia seguinte. Pura e simples fascinação de um estranho que, fechado ao longe, perde 12h de vida todos os dias...

Também se sente assim leitor? Com a necessidade de não se fechar ao mundo por horas a fio?
Será que o que é bom, vivo, válido, é guardado a poucos? Pense nisso... reflita também...

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