19 julho 2010

Sobriedade da Madrugada

Uma hora e seis minutos da madrugada de uma segunda-feira qualquer...
A inquietude de horas atrás cede lugar a uma plenitude estranha. Sinto como se tudo faltasse e ao mesmo tempo nada importasse. Não me sinto mal... indiferença é a palavra que me ocorre quando o sono não chega, eu desenho olhares desconexos numa pequena folha rasgada e ouço a rádio pelo computador, tocando uma seleção impecável da década de 80.
Preciso escrever... venho, e quase desisto por ver que o post não vale a pena.
Longe de fazer daqui um diário... nem desejo que se torne um twitter pra quem tem mais a dizer...

Caríssimos, o desejo pela produtividade é uma constante... Construir é uma sina do ser humano. Uma vida sem realizações é um fardo, não uma dádiva...
Sente, projete, realize.
Mesmo que seja (decorrido o devido tempo) a 1h12 de uma simples segunda-feira...

05 julho 2010

Notícias lidas por aí...

"RIO - 'A paixão, como descrita pela ciência, é um estado fisiológico, com sintomas psíquicos e físicos, em que há uma intensa atividade cerebral e hormonal muito semelhante à do vício por uma droga, como a cocaína. O julgamento crítico, o discernimento, e a racionalidade em relação ao parceiro estão muito reduzidos, especialmente nos primeiros meses.' É assim que a médica Cibele Fabichak, autora de "Sexo, amor, endorfinas e bobagens" (Ed. Novo Século), define o estado de enlevo que se apossa dos amantes de forma avassaladora, mas tem prazo para acabar: no máximo quatro anos."

A ciência, dona de certezas ambíguas e baseada em evidências incertas, quem diria, também pode ser provida de lirismo. Na tentativa de explicar a paixão faz a comparação mais perfeita e precisa do que se sente ao experimentá-la. Não o caráter da droga, dada a falta de conhecimento de causa que tenho, mas no que tange ao vício.
Há uma compulsão, uma necessidade iminente, um clamor pela vivência em imediato... Falta-lhe algo, e isso traz uma angústia inenarrável. O vazio que lhe toma é como o de um buraco negro, que suga tudo para dentro de si, consumindo todo e qualquer material que o rodeie, na tentativa de se sentir repleto novamente...
Racionalidade passa longe: é possível sentir-se assim mesmo por pessoas recém-conhecidas; o discernimento é mantido alheio dado que, mesmo que o julgamento crítico não falhe, e o indivíduo consiga perceber que algo "errado" acontece, a consequências em questão são totalmente exclusas a vontades ou desejos de mudança. O que digo é que, conscientemente, não se pode fazer nada para mudar, pois o corpo funciona por si só e indiferente ao que pensa seu dono.
Algo, entretanto, se mostra esperançoso (ainda que devesse ser alarmante): há tempo pra acabar...
Então, caríssimo leitor, não se alarme... Uma hora passa...

(e se a previsão é de meses, lhe asseguro: pode acontecer em horas ou dias...)
Pense nisso, reflita também...